Scott Pelzel

Monday, March 28, 2011

Aplausos no metrô


Susan Keser
Susan.keser@gmail.com
www.newyorkviolinist.com
718-715-8646

O metrô de Nova York descrito em poucas palavras: sujo, barulhento, essencial e democrático. O executivo de Wall Street que ganha(va)milhões de dólares por ano usa. O trabalhador também. Os dois se tornam igualmente invisíveis na nuvem de gente que se amassa nos vagões nos horários de pico. E, quando podem, se sentam lado-a-lado, com uma edição do Wall Street Journal ou a marmita apoiada nas pernas.
As estações do metrô nova-iorquino são enormes e muito bem conectadas entre si. Todos os dias os intermináveis corredores e as plataformas repletas de gente apressada se tornam palco de músicos e outros artistas independentes.
Eu não me canso de admirar a perseverança desses homens e mulheres que, mesmo em condições difíceis, conseguem tornar mais agradável a vida de quem usa o metrô.
Por acaso, outro dia, me deparei com a violinista Susan Keser e fiquei impressionada com o talento dela. A Susan gentilmente parou de tocar para me dar uma entrevista. Como você vai no vídeo, ela tem uma longa formação musical e uma extensa carreira internacional. Mas não quer
mais fazer audições para conseguir empregos. Também não tem vontade de trabalhar em um escritório. Então, a Susan se apresenta no metrô - e faz outros trabalhos autonômos, como tocar em casamentos.
No mesmo dia, conheci um gaitista chinês de sorriso gentil com quem eu mal pude conversar por causa da barreira da língua.
Fiquei emocionada com os dois. Além do talento, da formação musical e da rotina difícil de trabalho, eles têm em comum a doçura e o amor pelo que fazem. Aproveitando os adjetivos dados ao metrô, deixo aqui meus intermináveis, barulhentos e essenciais aplausos para a violinista e o gaitista!

Sunday, March 20, 2011

Passeio pelo Eataly


Eataly
200 5th Avenue, NY 10010
(646) 398-5100 ‎
eatalyny.com

Nova York é uma cidade de superlativos. É onde fica o Empire State Building, o arranha-céu de 102 andares que por 41 anos foi o edifício mais alto do mundo. É também a cidade que abriga o Times Square, o inquieto largo comercial com gigantescos luminosos, só para dar alguns exemplos.
Na sequência das grandes construções, no ano passado, Nova York ganhou um centro comercial de produtos italianos, incluindo vários restaurantes e balcões de alimentos frescos. Li na época uma crítica dizendo que o Eataly era tão completo que só faltava ter passeios de poneis para ser mais surpreendente.
O Eataly foi "importado" da Itália numa parceria que inclui o fundador italiano, Oscar Farinetti, e o chef Mario Batali. É ao mesmo tempo sofisticado e casual. Está sempre cheio, mas é também acolhedor por ser muito grande e oferecer várias opções para quem quer fazer compras ou se sentar para comer ou tomar um café.
Muitos dos produtos vendidos no Eataly não são necesariamente baratos, mas são variados e de boa qualidade.
Desde a inauguração, estive no Eataly várias vezes e sempre comi bem. Recentemente, fiz uma visita acompanhada pelo chefe responsável pelas massas frescas. O brasileiro Felipe Saint Martin literalmente adora colocar a mão na massa e é um defensor do movimento que em inglês foi batizado de "slow food", uma associação internacional fundada por Carlo Petrini em 1986, para promover a cultura da comida e o vinho. Eles também promovem a biodiversidade alimentar e agricultural e são um pilar conceitual para o Eataly.
De uma forma bem resumida, este mercado com mais de 4,6 mil metros quadrados é composto de:

· Café, sorveteria, área de doces e loja de vinhos
· Restaurantes de massas, verduras, carnes e peixes e uma praça central
· Área de confecção de massas frescas
· Padaria, açougue e peixaria
· Livraria e artigos para o lar
· Balcões de frutas e verduras
· Escola de culinária, entre outras coisas.

O Felipe Saint Martin, casado com a jornalista brasileira Tania Menai, tem uma longa experiência culinária internacional, incluindo anos no prestigiado restaurante Gramercy Tavern, em Nova York. Que a massa fresca - a culpada de tudo!!, como me disse o Felipe - lhe traga ainda mais sucesso! Obrigada pelo passeio, Felipe!

Sunday, March 13, 2011

Restaurantes com crianças


Serafina
29 East 61st Street
(212) 702-9898
Landmark
179 West Broadway
(212) 343-3883

Nunca se falou tanto português em Nova York. Para deleite de uma brasileira eternamente saudosa como eu, é impossível ir a uma loja, a um restaurante ou até dar uma volta de quarteirão em Manhattan sem ouvir português.
Esse vigoroso fluxo de turistas brasileiros não é diferente apenas quantitativamente. Antes, eu esbarrava mais em casais e grupos de jovens. Agora que o real virou moeda forte, me deparo com famílias inteiras de São Paulo, Rio e outros estados brasileiros.
Ou seja, o turismo efervescente também esquentou a demanda por informações sobre o que fazer com crianças e adolescentes em Nova York. Como já disse aqui no blog, uma ótima fonte é o NY With Kids, da Paula Duailibi, que também é uma das sócias dos guias NYLocal, um conjunto de listas muito bem elaboradas, em 16 categorias (entre elas, NY com crianças, adolescentes, moda e beleza).
Recentemente, fizemos um vídeo juntas. Mas, para que o vídeo não ficasse excessivamente longo, acabei não incluindo algumas dicas de restaurantes bacanas para toda a família.
Para não deixar a informação pela metade, voltei a me reunir com a Fabiana Saba Sutton, porta-voz dos guias, e visitamos dois restaurantes: o Serafina, que tem também uma unidade em São Paulo, e o Landmark, que fica no centro comercial do Time Warner.
São lugares bonitos, agradáveis e com boa comida, onde as crianças são bem-vindas!!!
Obrigada, mais um vez, Paula e Fabi, por participarem do blog!!! Uma menção especial aqui também às mães da Marina, da Luiza e da Isabela, que conhecemos no Serafina e que nos "emprestaram suas estrelas".

Sunday, March 6, 2011

High Line, um parque incomum


Friends of the High Line
529 W 20th St # 8W
New York, NY 10011-2800
(212) 206-9922 ‎
thehighline.org

O High Line certamente não é um parque qualquer. Não é comum porque é elevado. Não é corriqueiro porque carrega uma história de mais de 80 anos. Não é igual a outros porque fica em uma antiga estrutura ferroviária, localizada entre as ruas 14 e 30, no lado oeste de Manhattan.
O High Line foi construído em 1930, parte de um gigantesco projeto de infraestrutura público-privado. O objetivo era tirar os trens das ruas do maior distrito industrial de Manhattan na época. Mas a geografia econômica da cidade mudou com o passar dos anos. E a linha perdeu sua utilidade.
Ameaçado de demolição, o High Line foi salvo por um grupo sem fins lucrativos chamado "Friends of the High Line". O grupo foi formado em 1999 e a construção do parque foi iniciada em 2006. A primeira área - que você vai ver no vídeo - foi inaugurada em meados de 2009. Ela vai da rua Gansevoort, no chamado "Meatpacking District", até a rua 20. A próxima etapa, cobrindo mais 10 ruas, até a 30, está prevista para ser aberta em breve.
O High Line funciona diariamente das 7 da manhã às 8 da noite. Você pode ter acesso ao parque pelas seguintes entradas, próximas à 10a. avenida:
- ruas Gansevoort, 18 e 20 (escadas)
- ruas 14 e 16 (escadas e elevador)
Como está numa região badalada, o parque fica perto de lojas sofisticadas e restaurantes disputados. É um passeio barato, charmoso e que tem a cara de Nova York!!!

Uma curiosidade: quando vi os móbiles com palavras de otimismo à venda no High Line, imediatamente reconheci o trabalho de Kate, uma artista que entrevistei em dezembro, para o vídeo "Natal na Praça". Acabei conhecendo o marido dela, o Ryan, que foi quem a inspirou. Adorei a coincidência!