Scott Pelzel

Sunday, January 29, 2012

Hora de partir

Pessoal,

Estamos de partida. No começo de fevereiro, embarcamos para o Brasil. Agradeço aos que apoiaram e acompanharam o blog. Para encerrar, deixo as cenas de abertura do filme Manhattan, de Woody Allen, que revi há alguns meses no blog da Milena. Uma maneira gostosa de dizer adeus, até logo, para os que, como eu, algum dia - e para sempre - se apaixonaram por esta fabulosa cidade!




Friday, November 4, 2011

Reprise: Sobrevoando Nova York


Downtown Heliport
Pier 6 & the East River
New York, NY 10004

Observações importantes :)

Embora eu não esteja conseguindo atualizar o blog com frequência, ele ainda recebe vários visitantes todos os dias. E observo que alguns dos meus posts favoritos estão perdidos, enquanto outros são vistos diariamente. Então, aproveito para reprisar este, uma viagem que vale a pena!


Eu sei, eu disse que ficaria bem longe dos programas turísticos! Mas não resisti. Há muito tempo vinha planejando fazer um voo de helicóptero sobre Manhattan. E a ideia de documentá-lo no blog foi o leve empurrão de que eu precisava.
Mas antes de descrever a viagem, quero comentar que ela é curta e cara pelo tempo que dura. Esses voos partem do Pier 6, no sul de Manhattan, e têm preços variados. Mas a viagem mais simples, a que eu fiz, dura 15 minutos e custa US$ 150 - mais uma taxa de US$ 30, que no caixa pode virar US$ 15 - um funcionário da empresa me ofereceu um desconto na hora, para evitar que eu fosse checar a concorrência.
Disto isto, não dá pra negar: a viagem é linda!! Manhattan fica pequena vista de cima. Um emanharado de formas arquitetônicas, cercado por água. Quem cunhou a expressão selva de pedra para se referir às cidades grandes certamente não viu a ilha do alto. Se tivesse, teria usado palavras mais amenas - bosque, talvez, mas não selva! Menos equivocado estava quem decidiu apelidá-la de Big Apple!
Os pontos altos da minha viagem foram a parte central de Manhattan, onde está o Empire State Building, e a ponte George Washington. O ponto fraco: não chegamos tão perto da Estátua da Liberdade quanto eu gostaria. Qualquer viagem de barco pela ilha oferece uma vista muito mais impressionante da estátua doada aos Estados Unidos pelos franceses.
Se você tem interesse nesta bela e fugaz extravagância, lembre-se que pode fazer as reservas pela internet ou ir direto ao balcão. As empresas que fazem o voo a partir do Pier 6 me pareceram muito semelhantes em preços e atendimento. Então, vão aqui dois links:
http://www.libertyhelicopter.com/ e http://www.heliny.com
Boa viagem!

Sunday, September 11, 2011

11 de setembro



Esta bela animação foi feita pela minha amiga Rita Ivanissevich.

Há dez anos, quando houve os atentados, eu estava na Bolsa de Nova York. Entraria no ar, para dar a notícia. Mas as linhas de comunicação caíram. A câmera remota ficava ao lado de uma janela, bem acima do pregão. De repente, o dia virou noite. Eu sabia que precisava sair dali. Deixei minha bolsa com todos os documentos no chão e sai correndo - aliás, só pude voltar dias depois para pegá-los.
As escadas de incêndio estavam lotadas. Cheguei ao pregão e pedi para os corretores do Credit Suisse para fazer uma ligação para o Brasil e dizer que estava bem. Minutos depois, ninguém mais conseguia ligar para fora dos EUA. As linhas estavam completamente congestionadas.
Estávamos com medo porque sabíamos que a Bolsa de Nova York também poderia ser um alvo. Mas fomos orientados a ficar no pregão porque o ar estava muito carregado na rua e ninguém conseguia respirar - afinal, a Bolsa de Nova York fica a poucas quadras de onde estava o World Trade Center.
No pregão, foram distribuídas laranjas e toalhas molhadas, para amenizar o impacto da poluição causada pela queda das torres. Estávamos todos perplexos, sem saber onde e quando os ataques iriam parar.
Depois de duas ou três horas, se bem me recordo, nos disseram que poderíamos ir `as ruas. Mas em grupos. Caso alguém passasse mal, haveria outros para socorrer.
Quando saímos, o sul de Nova York estava devastado. As ruas estavam cobertas de poeira e havia carros abandonados. Embora fosse um dia lindo, o céu estava coberto pela poeira. Não havia carros ou ônibus circulando ali, muito menos metrô. Andamos bastante e o interessante é que nas calçadas havia pessoas distribuindo garrafas de águas, moradores querendo ajudar as pessoas que estavam vindo da região do World Trade Center.
Depois de muito andar, vi alguns carros e fiz sinal para pegar uma carona. Um professor da Universidade de Nova York parou e me levou até a redação da Bloomberg, que ficava bem distante da área atingida.
Foi tudo tão inesperado e impensável. Só mais tarde eu consegui perceber a relevância daqueles eventos. A vida em Nova York e nos Estados Unidos nunca mais seria a mesma.
Nova York se reconstruiu e continua sendo um lugar fabuloso para se viver e visitar. Mas o sentimento de invencibilidade, de distanciamento das atrocidades cometidas em outras partes do mundo, deixou de existir. Sobrou uma nova e persistente percepção de vulnerabilidade.

Sunday, June 12, 2011

Cenas de Washington Square e a diversidade de Nova York


5 Avenue, Waverly Place, West 4th and MacDougal Streets
(212) 639-9675 ‎
nycgovparks.org

O Washington Square, conhecido pelo belo Arco de Washington, é um dos parques mais populares e emblemáticos de Nova York.
Batizado em homenagem a George Washington, fica no coração do West Village, mergulhado no campus da Universidade de Nova York. O Washington Square também se destaca pela enorme fonte central, onde grandes e pequenos indiferentemente esbanjam diversão durante o verão.
Como qualquer outro parque ou espaço público da cidade, o Washington Square recebe visitantes de todos os lugares, de todas as classes sociais, religiões, cores e estilos. É um lugar muito rico por sua diversidade. Mas isso nem discute e nem sequer se comenta no dia-a-dia de Nova York. Afinal, os espaços urbanos aqui são para todos, de verdade. E aí de quem ousar dizer o contrário!
Embora adore o Brasil e tenha um orgulho danado de ser brasileira, tenho que admitir que a gente ainda gasta muito tempo discutindo o que não poderia ser questionado.
Aproveito para dividir trechos de um texto do jornalista Sérgio Damasceno, que me inspiraram a fazer essas imagens, numa bela tarde de primavera.

"Gente diferenciada
De Nova York - São Paulo protagonizou, há umas três semanas, um caso que é bem típico de uma cidade que deveria ser democrática e é pequena, bem pequena, quase que uma província quando se trata de comportamento entre pessoas que pensam que compartilham o mesmo espaço. Pensam porque, quando se dão conta, percebem que se obrigam a esse compartilhamento, o que não vem a ser, portanto, nada democrático. O que é imposto não é espontâneo e, logo, deixa de ser uma reunião civilizada em aglomeração humana e passa a ser um ajuntamento forçado.

O motivo foi funesto: uma associação de bairro, elitista, tornou público o desejo de parte dos moradores desse bairro, considerado elitista (e já por isso não-democrático), de bloquear a construção de uma futura estação de metrô em determinado lugar. Essas pessoas querem mover a estação para alguns metros adiante sob a premissa de que "gente diferenciada" tenderá a ocupar o entorno da estação e, consequentemente, poluirá, com sua diferenciação, a rua, as adjacências e o bairro."

"A gente diferenciada foi um termo cunhado por uma moradora do bairro citado primeiro neste post e remete a pessoas como as faxineiras, os vendedores ambulantes, trabalhadores de quarto e quinto escalão que, eventualmente, achem por bem escolher o metrô como um meio de transporte alternativo entre tanto outro de que dispomos na província. São gentes diferenciadas justamente que trabalham para as pessoas não-diferenciadas daquele mesmíssimo bairro."

"Estou em Nova York desde segunda-feira e o que mais eu vi, até o momento, foi a verdadeira gente diferenciada. Gente de todos os lugares, culturas, cores. De todas as vestimentas. De chinelo. De bota. Sem camisa. Cobertos até o pescoço. Com cabelos à moda punk ou sem cabelo algum. Gente do mundo inteiro que vive uma democracia de fato. Gente diferenciada sim. Mas, pela diferença de saber conviver num espaço, e não por se achar diferente de outros apenas pelo que cada um tem ou não posses."

Saturday, June 4, 2011

Feiras e a escultura do Madison Square Park


Feiras em junho
Kudu-lah, da Jennifer
Yumi Chen

Nem é preciso dizer que depois de um longo inverno todo mundo quer aproveitar o tempo bom ao ar livre. Uma ótima oportunidade para curtir a cidade sem precisar enfrentar lojas lotadas - em ambientes com ar condicionado para agradar aos esquimós - é visitar as várias feiras que vão pipocar por Nova York nos próximos meses. (No link acima, você tem uma lista dos eventos programados para junho.)
Esta semana, visitei a feira do Madison Square Park, que deve ter uma segunda edição nos próximos meses. O parque fica bem na frente do conhecido edifício Flatiron, um dos primeiros arranha-céus de Nova York, que tem esse nome por causa do formato semelhante ao de um ferro de passar roupas antigo. O nome original do edifício era Fuller.
O Madison Square Park fica na interseção da quinta avenida com a Broadway e rua 23. O nome é uma homenagem à James Madison, quarto presidente dos Estados Unidos.
Já há sete anos o parque patrocina um programa de arte contemporânea. No momento, a exibição inclui a bela escultura "Echo", do festejado artista espanhol Jaume Plensa. O escultor, que vive em Barcelona, é conhecido internacionalmente pela criação de grandes obras para áreas públicas.
A monumental Echo mostra a cabeça de uma menina de nove anos perdida em seus sonhos. São mais de 13 metros de mármore branco harmoniosamente expostos em meio ao verde e ao concreto. Imperdível e gratuito!

Saturday, May 21, 2011

"Cavalo de Guerra", no Lincoln Center


Vídeo feito pelo Lincoln Center
"War Horse", Vivian Beaumont, Lincoln Center

Acabo de chegar do teatro e não quero esperar até amanhã para escrever: "Cavalo de Guerra" é um espetáculo impressionante. Tão impressionante que conseguiu comover Steven Spielberg. Depois de assistir à montagem, ele decidiu produzir a sua versão da história para o cinema - e o filme já é um dos mais aguardados de 2011.
"Cavalo de Guerra" ("War Horse", em inglês) é baseado na obra infanto-juvenil do inglês Michael Morpurgo e adaptado por Nick Stafford, também britânico.
No teatro, os cavalos, muito bem feitos, são movidos por atores. Mas os movimentos, e até a respiração, são tão perfeitos que o público consegue por vários momentos esquecer que aqueles não são cavalos de verdade - e se emocionar com a bela história de amizade.
A obra teatral viaja da Inglaterra rural para os campos de batalha na França durante a Primeira Guerra Mundial. A grande estrela da história é Joey, o cavalo do adolescente Albert, que é vendido para a cavalaria inglesa, capturado pelos alemães e quase morto durante a guerra.
Para tornar Joey um cavalo quase verdadeiro, duas pessoas ficam dentro do corpo, operando as pernas e o torso. Uma terceira é responsável pelo movimento da cabeça.
Como toda a história de guerra, "War Horse" é muito triste. Estima-se que, além das cerca de 10 milhões de pessoas que perderam as vidas durante a Primeira Guerra, muitos cavalos tenham sido sacrificados. Li que alguns historiadores calculam que apenas 62 mil cavalos tenham retornado para casa depois da guerra. Fala-se que, possivelmente, milhões tenham sido enviados aos campos de batalha.
Felizmente, "Cavalo de Guerra" tem um final feliz, mas isso não impede que lágrimas sejam derramadas durante e no encerramento do espetáculo.
Fica aqui a dica. A peça é inesquecível, mas a compreensão dos diálogos é importante, a menos que o espectador queira apenas se deliciar com a perfeição dos movimentos dos cavalos, em especial os do sofrido e heroico Joey.

Sunday, May 15, 2011

Navegando pela rota turística


Estátua da Liberdade

Não há turista no mundo que venha a Nova York pela primeira vez e não queira ver a Estátua da Liberdade. O monumento doado pelos franceses aos americanos recebe mais de 3 milhões de visitantes por ano e, junto com o Empire State Building, está entre os pontos turísticos mais populares da cidade.
"A Liberdade Iluminando o Mundo" (em inglês: "Liberty Enlightening the World", e em francês: "La Liberté Éclairant le Monde") foi projetada e construída pelo escultor alsaciano Frédéric Auguste Bartholdi, que contou com ajuda do engenheiro francês Gustave Eiffel, o arquiteto da Torre Eiffel, para a montagem da parte metálica interna. A estátua ganhou o status de monumento nacional em 1924, mas está em Nova York desde 1886.
Para ver e entrar na senhora Liberdade, é preciso pegar a barca que vai até a Ilha da Liberdade e Ellis Island, onde fica o Museu da Imigração. O ingresso é acessível, US$ 5 para crianças, US$ 13 para adultos e US$ 10 para idosos. O ponto de partida em Manhattan é o Battery Park e os horários de acesso variam um pouco dependendo da época do ano, mas normalmente ficam entre 8h30, saída da primeira barca de Manhattan, e 17h15, partida da última barca de regresso. A entrada na parte interna tem um limite diário e, por isso, é preciso fazer reservas antecipadas.
Uma outra opção para chegar perto da famosa estátua enfrentando menos fila é fazer um passeio de barco. Existem várias alternativas, incluindo viagens mais sofisticadas em veleiros e horários especiais, como o pôr do sol.
O passeio que você vai ver no vídeo é um dos mais simples e acessíveis: dura 60 minutos e custa US$ 25 dólares por pessoa. O barco sai do Pier 17, ao lado do South Street Seaport, um local de lojas e restaurantes, bem gostoso para visitar no verão.
Embora para muita gente o ponto alto seja a estátua, mesmo a viagem mais curta dá ao visitante a chance de passar debaixo das famosas pontes de Nova York e de ver os arranha-céus de um outro ângulo. Turístico? sim. Maravilhoso? também!